CRIANÇA
DIZ CADA UMA...
Aninha já estava com
dois anos. Loira, linda. Nunca tinha cortado os cabelos. Eram amarelos-ouro e
cacheados. “Parecia um anjinho barroco”, diz a mãe coruja.
Lá um dia, a mãe pega
uma enorme tesoura e resolve dar um trato na cabeça da criança, pois as melenas
já estavam nos ombros. Chama a menina, que chega ressabiada, olhando a
cintilante tesoura.
- Mamãe vai cortar
o cabelinho da Aninha.
- Aninha olha para
a tesoura, se apavora.
- Não quero, não
quero, não quero!!!
- Não dói nada...
- Não quero!, já
disse.
E sai correndo. A mãe
sai correndo atrás. Com a tesoura na mão. A muito custo, consegue tirar a filha
que estava debaixo da cama, chorando temendo o pior. Consola a filha.
Sentam-se na cama. Dá
um tempo. A menina pára de chorar. Mas não tira o olho da tesoura.
- Olha, meu amor,
a mamãe promete cortar só dois dedinhos.
Aninha abre as duas
mãos, já submissa, desata o choro, perguntando, olhando para a
enorme tesoura e para
a própria mãozinha:
- Quais deles,
mãe?
(PRATA,
Mário. 100 crônicas de Mário Prata. São Paulo: Cartaz editorial, 1997)
(Questões 1 a 6)
Após ler o texto, assinale a
alternativa certa.
1. A ação da narrativa começa quando
(A) Aninha sai correndo.
(B) Aninha abre as duas mãos.
(C) a mãe promete cortar só dois dedinhos.
(D) a mãe pega uma enorme tesoura.
2. As palavras "menina",
"que" e "filha" referem-se a
Aninha e são utilizadas com a intenção de:
(A) dar continuidade ao texto,
evitando a repetição do nome de Aninha.
(B) reforçar a idéia de que a mãe é a
personagem principal do texto.
(C) fazer substituições desnecessárias
para o entendimento do texto.
(D) tornar o texto incoerente.
3. Aninha não quer cortar os cabelos
porque
(A) parecia um anjinho barroco e
queria continuar assim.