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A maioria das atividades é de fácil resolução, indico sempre que o professor o faça primeiro para ver o aplicabilidade em determinada turma. Como os pedidos de gabaritos são muitos, não tenho como responder a todos.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Interpretação 8º/ 9º ano - Recado ao senhor 903

Atividade adaptada, além de se trabalhar interpretação, pode-se levantar a questão dos gêneros 

RECADO AO SENHOR 903

“Vizinho -

Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, consternado, a visita do zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o barulho em meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal – devia ser meia-noite – e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão. O regulamento do prédio é explícito e, se não o fosse, o senhor ainda teria ao seu lado a Lei e a Polícia. Quem trabalha o dia inteiro tem direito ao repouso noturno e é impossível repousar no 903 quando há vozes, passos e músicas no 1003. Ou melhor: é impossível ao 903 dormir quando o 1003 se agita; pois como não sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, ficamos reduzidos a ser dois números, dois números empilhados entre dezenas de outros. Eu, 1003, me limito a Leste pelo 1005, a Oeste pelo 1001, ao Sul pelo Oceano Atlântico, ao Norte pelo 1004, ao alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 – que é o senhor. Todos esses números são comportados e silenciosos; apenas eu e o Oceano Atlântico fazemos algum ruído e funcionamos fora dos horários civis; nós dois apenas nos agitamos e bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da lua. Prometo sinceramente adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de manso lago azul. Prometo.

Interpretação 7º/8ºano Se não me falha a memória (crônica)

Atividade adaptada do Saresp 2005

CRÔNICA

Se não me falha a memória

Memória boa tinha aquele velho. Correu os olhos pelo cartório onde eu era escrivão e veio direto à minha mesa:
- Sr. Escrivão, meus respeitos - fez um salamaleque: - Queria que o senhor me desse informações sobre um inventário.
- Às suas ordens - e retribuí o cumprimento: - Inventário de quem?
- Já lhe digo o nome do falecido. Minha memória ainda é das melhores - apesar de ter sofrido uma comoção cerebral há poucos dias, ainda não estou inteiramente bom. Espera aí, deixa eu ver... Sou advogado há mais de quarenta anos, não esqueço o nome de um constituinte, vivo ou morto. Hoje em dia... Benvindo!
- Como?
- O nome do falecido era Benvindo. Isto! Benvindo Lopes. Marido da minha cozinheira. Faleceu há pouco tempo. Ela já não está boa da cabeça e se eu não me lembrasse o nome do marido dela, quem é que haveria de lembrar? Levindo Lopes.
- O senhor disse Benvindo. - Eu disse Benvindo? Veja o senhor!
- É Levindo ou Benvindo?
Ele ficou pensativo um instante:
- Benvindo seja - respondeu afinal, muito sério.
Depois de verificar no fichário, expliquei-lhe que deveria trazer uma petição. O velho agradeceu e saiu, assegurando-me que sim, não esqueceria. Nem dez minutos haviam decorrido e tornou a surgir na porta:

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Música Minha vida (Rita Lee) - atividade de gramática

Após fazer a atividade, é interessante ler a letra inteira e ouvir a música. Tenho essa atividade há tantos anos que não sei de onde foi retirada.


Minha Vida – Rita Lee

(Minha vida (In my life) Lennon/McCartney - Versão RitaLee)

Complete as lacunas com a palavra cujo significado encontra-se listado abaixo do texto.

Tem (1) _ _ _ _ _ _ _ que me lembram

Minha (2) _ _ _ _ , por onde andei

As (3) _ _ _ _ _ _ _ _ _ , os caminhos

O (4) _ _ _ _ _ _ _ que eu mudei

Cenas do meu (5) _ _ _ _ _ em branco e preto

Que o (6) _ _ _ _ _ levou e o (7) _ _ _ _ _ traz

Entre todos os (8) _ _ _ _ _ _ e (9) _ _ _ _ _ _

De você me lembro (10) _ _ _ _

1- espaço ocupado; localidade. (pl) 2- espaço de tempo decorrido entre o nascimento e a morte. 3- estudo e narração sistemática do passado, dos fatos. 4- sina, sorte, direção, rumo. 5- fita cinematográfica, que recebe por impressão imagens em movimento. 6- ar agitado por qualquer meio. 7- sucessão de anos, dias, horas, momentos, a noção de presente, passado e futuro. 8- objeto da nossa afeição; paixão (pl). 9- que tem amizade, afeiçoado(pl). 10- designativo de aumento, grandeza.

Complete as lacunas a seguir com a flexão do verbo indicado nos parênteses.

(ter, 3a. pes. sing.pres. ind.) ___________pessoas que a gente

Não (esquecer,3a. pes. sing.pres.ind)____________nem se (esquecer,3a.pes.sing pret. Perf)_______________

O primeiro namorado, uma estrela da tv

Personagens do meu livro de memórias que um dia (rasgar,1a.pes.sing. pret.perf.)____________ do meu cartaz

Entre todas as novelas e romances, de você me (lembrar, 1a.pes.sing.pres.ind.)____________________ mais

Desenhos que a vida (ir, 3a.pes.sing.pres.ind.) _____________ fazendo

(desbotar,3a.pes.pl.pres.ind.)_________________ alguns, uns (ficar,3a.pes.pl. pres.ind.)__________________iguais

Entre corações que (ter,1a.pes. sing. pres. ind.)______________ tatuados,

De você me (lembrar, 1a. pes. sing. pres. Ind.)_____________ mais

De você, não (esquecer, 1a. pes. sing. pres. Ind.)______________ jamais!


(se desejar a letra completa, clique abaixo)

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Atividade - Coerência textual 1


Simplificando, podemos dizer que coerência textual é  a relação que se estabelece entre as diversas partes do texto, criando uma unidade de sentido.

A atividade abaixo é muito interessante para que o aluno perceba que não basta o texto estar gramaticalmente bem escrito, é preciso ter sentido, ou seja, ter coerência.



Distribua o texto, peça aos alunos que leiam e respondam as questões abaixo.



“João Carlos vivia em uma pequena casa construída no alto de uma colina, cuja frente dava para leste. Desde o pé da colina se espalhava em todas as direções, até o horizonte, uma planície coberta de areia. Na noite em que completava trinta anos, João, sentado nos degraus da escada colocada à frente de sua casa, olhava o sol poente e observava como a sua sombra ia diminuindo no caminho coberto de grama. De repente, viu um cavalo que descia para sua casa. As árvores e as folhagens não o permitiam ver distintamente; entretanto observou que o cavalo era manco. Ao olhar de mais perto verificou que o visitante era seu filho Guilherme, que a vinte anos tinha partido para alistar-se no exército, e, em todo esse tempo, não havia dado sinal de vida. Guilherme, ao ver seu pai, desmontou imediatamente, correu até ele, lançando-se nos seus braços e começando a chorar” (KOCH & TRAVAGLIA, 2003).
1.O  texto acima é coerente, ou seja, tem sentido?

2.Quais são os problemas que você encontrou no texto? Enumere esses problemas e justifique-os.

Para ver a resolução da atividade, clique abaixo:

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

O homem da favela - interpretação 7º /8º/9ºano


A leitura é um processo interativo, que envolve capacidades cognitivas, afetivas, sociais, discursivas, linguísticas. Ler pressupõe a ativação de diversos tipos de conhecimento. Ao ler um texto com os alunos, podemos explorar as suspeitas inteligentes, já  a partir do título.
Um bom texto que gosto de usar para isso  é “O homem da favela”, de Manoel Lobato. O professor pode perguntar, por exemplo, a partir do título, o que os alunos imaginam que será tratado no texto, e ao ler pequenos trechos, estimular os alunos a fazerem inferências.

Abaixo está o texto na íntegra, dividido em parágrafos (se optar por distribui-lo em partes)  e algumas sugestões de perguntas ao final.



O HOMEM DA FAVELA - Texto de Manuel Lobato


Doutor Levi dá plantão no Hospital dos Operários, que fica perto de uma favela. Ele é meio conhecido na favela porque sobe o morro de vez em quando, em visita médica à Associação dos Deficientes Visuais. Mesmo assim, já foi assaltado nove vezes, sempre de manhã, quando está saindo do pátio em seu carro. Por causa disso, Dr. Levi anda prevenido. Não compra revólver, mas, ao deixar o plantão, já vem com a chave do carro na mão, passos rápidos, abre a porta, entra depressa, liga o motor, engrena a marcha, acelera e dispara. Não se preocupa com os malandros que tentam abordá-lo na estrada.

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A neblina prejudica a visão do médico nessa manhã de inverno. Ele aperta o dispositivo de água, liga o limpador que faz o semicírculo com seu rastro no pára-brisa. Vê no meio da estrada, ainda distante, um pedestre que finge embriaguez. O marginal está um tanto desnorteado, meio aéreo, andando sem rumo, em ziguezague. Parece trazer um porrete na mão. Dr. Levi será obrigado a diminuir a aceleração e reduzir a marcha. Se o mau elemento continuar na pista, terá de frear. Se parar, poderá ser assaltado pela décima vez. O carro se aproxima do malandro. Ele usa boné com o bico puxado para a frente, cobrindo-lhe a testa. Óculos escuros para disfarce, ensaia os cambaleios, tomba um pouco a cabeça, olha um pouco para cima, procura o Sol que está aparecendo, sem pressa, com má vontade.