Fátima Pereira – Jornal Super@SP – edição novembro de 2013
Uso excessivo de tecnologia pode causar problemas à saúde
Você já ouviu falar em Nomofobia, Tecnoestresse ou Transtorno da
Dependência de Internet? Novas “doenças” da vida moderna afetam de crianças a
adultos
Vivemos
em plena Revolução Tecnológica, e em como toda revolução, as mudanças são
profundas e radicais. Todo dia surge algo novo, fantástico que desperta o
interesse de milhões de pessoas ao redor do mundo, invenções ou descobertas que
mudam a vida para melhor. Para fazer parte desse mundo globalizado, a comunicação é vital, a informação circula
instantaneamente.
Nesse contexto é inegável a
importância das novas tecnologias de informação e de comunicação na sociedade
moderna, é possível fazer compras, acessar a conta bancária, rever ou encontrar
amigos, estudar, pesquisar, conhecer outros lugares, culturas, tudo sem sair do
lugar. Basta um click, um comando e a janela para o
mundo se abre. Pesquisas mostram que no Brasil existiam 83 milhões de usuários de Internet em
2012 (Fonte: PNAD), o que correspondia a 46,5% da população com 10 anos ou mais
de idade. Dados
preliminares da Anatel indicam que o Brasil terminou o mês de outubro de 2013
com 269,9 milhões de celulares, o que
indica que muitos brasileiros possuem mais de um celular.
Se por um lado essas tecnologias geram grandes e importantes
transformações na sociedade, infelizmente geram alguns distúrbios que já não
passam despercebidos. Novas “doenças” aparecem em pesquisas e preocupam
cientistas e médicos, já são consideradas como transtornos da era tecnológica.
Com o uso de celulares (e outros dispositivos móveis) e acesso às redes cada
vez mais cedo, a tendência dessas “doenças” é aumentar, atingindo,
principalmente, crianças e jovens.
NOMOFOBIA
É um transtorno cada vez
mais comum, é o medo de ficar incomunicável, longe do celular ou sem conexão. A
palavra surgiu na Inglaterra, a partir da expressão “No Mobile Phobia”, fobia de ficar sem telefone móvel. Ter
o celular sempre à mão, todo o tempo, inclusive quando dorme; deixar a
atividade que está fazendo, mesmo que seja importante, só para atender o
celular; ficar tenso se não estiver com o celular ou se esqueceu em algum
lugar; levar o celular até para ir ao banheiro, são alguns dos indícios de nomofobia.
Há pessoas que relatam que
dormem com o celular sob o travesseiro, para não perder uma ligação ou
verificar uma mensagem. Se a pessoa passa a
gastar um tempo cada vez maior com o uso do celular, se afastando da
convivência ou deixando de fazer outras atividades e apresenta sintomas
desagradáveis quando está sem o aparelho, como irritabilidade, agitação e
taquicardia, está na hora de ficar atento e se necessário, procurar ajuda.
TECNOESTRESSE
O uso excessivo da tecnologia pode provocar
ansiedade, dificuldades de concentração, irritabilidade, entre outros sintomas.
O tecnoestresse não está apenas relacionado ao computador, mas com qualquer forma de tecnologia, sejam
eletrodomésticos, celulares e até mesmo o carro.
O termo apareceu pela primeira
vez nos estudos do psicólogo americano Dr. Larry Rosen, que estuda como a tecnologia
afeta as pessoas, física ou emocionalmente. No Brasil há várias pesquisas sobre
o assunto e principalmente no que diz respeito aos jovens que cresceram já na
era digital. Se por um lado o uso de novas tecnologias de informação instigam
os jovens, agilizam o raciocínio, a criatividade, a interação, por outro lado,
o excesso ou mau uso dessas tecnologias pode ter um efeito negativo, tanto na
saúde física como mental.
De acordo com o psicólogo
Cristiano Nabuco, do Instituto de Psiquiatria da USP, o excesso do uso de
tecnologia "É mais preocupante em crianças e adolescentes, porque nessa
faixa etária o cérebro ainda não atingiu sua maturidade, não exerce plenamente
a função de controle de impulsos". No caso de crianças e jovens, os sintomas
vão desde ansiedade, insônia, irritabilidade, isolamento, obesidade (por falta
de exercícios físicos, preferem passar horas jogando no computador, vídeo game
ou no celular, e acabam se alimentando de forma errada), enxaquecas, dores
musculares até baixo rendimento escolar. Outro problema entre jovens são os
fones de ouvido, geralmente a música no último volume pode causar uma perda
gradual de audição.
TRANSTORNO DA DEPENDÊNCIA DE INTERNET
Com os dispositivos móveis o
acesso à internet em qualquer hora ou lugar e novos aplicativos, as pessoas
passam cada vez mais tempo conectadas. O mundo virtual começa a ter mais
importância que o mundo real. Passar do limite
do uso saudável que se faz da internet nem sempre fica perceptível, o usuário nem
sempre se dá conta que está perdendo o controle e poderá em um futuro próximo
ter um sério problema: o vício, comparado por especialistas a outros vícios
como drogas ou álcool.
A comparação parece, em um
primeiro momento, muito forte, mas há relatos em que a pessoa passa a ficar on-line cada vez por mais tempo, sem se dar conta,
deixando de realizar outras atividades relevantes, a ter menor desempenho
intelectual, começa a viver mais no mundo virtual que o real e pode sofrer crises
de abstinência quando está desconectado. As redes sociais e os jogos on-lines
estão na preferência dos jovens e o excesso de conectividade pode atrapalhar os
estudos, o trabalho e até os relacionamentos (família, amigos, namoro), além de
causar transtornos físicos ou psicológicos, como ansiedade, depressão,
irritabilidade, alteração do humor, entre outros.
RELAÇÃO SAUDÁVEL COM A TECNOLOGIA
É preciso
estar alerta aos primeiros sinais de dependência, algumas pessoas são mais
suscetíveis que outras. Os pais devem ficar atentos, já que crianças e jovens
são mais propensos ao consumismo excessivo de tecnologia, querem sempre as
últimas novidades, muitas vezes deixam de brincar com amigos, de fazer
atividades físicas, de realizar os deveres da escola, para passar horas
navegando em redes sociais, ou jogando. Sem contar dos perigos que a rede
oferece, como pornografia, aliciamento ou cyberbullying.
Outro fator preocupante é o isolamento social, quando o jovem tem mais amigos
virtuais do que reais, o que pode esconder outros problemas emocionais. Como em
qualquer doença, o melhor é a prevenção. Não é preciso deixar de lado toda essa
tecnologia, mas sim fazer um uso saudável, ter bom senso quanto ao tempo gasto
e de que maneira se relaciona com toda essa tecnologia. Os pais precisam impor limites e observar com atenção o
comportamento de seus filhos, para que o uso excessivo de tecnologia não cause
prejuízo no desenvolvimento pessoal dessa criança ou jovem.
Mas se esse limite do saudável já foi extrapolado, está na
hora de procurar ajuda profissional, pois como todo vício, precisa de
tratamento.
Se você se interessou pelo assunto, há outras informações e
orientações, além de um teste na página http://dependenciadeinternet.com.br/
do Programa Ambulatorial Integrado de Transtornos de Impulso, do
Hospital das Clínicas, que atua no tratamento ambulatorial de jovens e adultos da
Dependência de Internet.
Muito boa sua postagem!!!Amei!! Posso usá- com meus alunos? citando a fonte claro!!
ResponderExcluirClaro Silvia, pode usar sim, essa é a ideia, partilhar. Um abraço,
ResponderExcluirIrei utilizar como referência para um trabalho! Como a Silvia, irei citar a fonte! Abraços!
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