Mais uma história para sacudir o esqueleto. Na interpretação, o quadro é útil para esquematizar e reforçar os elementos da narrativa.
Os causos são histórias fantásticas que podem
ser engraçadas ou assustadoras, mas que devem ser contadas obedecendo a algumas
regrinhas: um causo, para ser bem contado, tem que conferir às palavras
entonação, ritmo e até mesmo sotaque e expressões interioranas. Esses elementos
são fundamentais para capturar a atenção de quem ouve e provocar as mais
diferentes sensações.
Caio?
De madrugada, acordou com uma voz cavernosa:
- Caaaaaaio? Caaaaaaio? – a voz repetia.
Acontece que o homem se chamava Caio. Ele
estranhou muito e foi com custo que gaguejou:
- A-a-a-qui.
E na mesma hora um osso de perna caiu em
cima dele. O homem gelou. Mas não adiantava correr, a assombração sabia até seu
nome. Melhor era continuar deitado e se cobrir todinho. Dali a pouco o
vozeirão recomeçou:
- Caaaaaaio? Caaaaio?
- Sim.
Caiu outro osso. E Caio matutava. Será que a
assombração estava pensando que “Sim” queria dizer “Sim, pode cair”? Ou “Sim,
sou eu, o Caio”? Resolveu desvendar a
questão de uma vez por todas
-Eu!?!
Caiu mais um osso.
Caiu mais um osso.
De
novo
- Caaaaaio? Caaaaaaaaaio?
E o Caio, para testar:
- Cai!
Caiu outro osso.
Aí o
Caio começou a achar que a assombração estava gozando a cara dele.
- Caiiiuuuu!? – por coincidência, a assombração desafinou nessa hora.
O homem teve um treco. Deu dois tiros para o alto, chorando nervoso:
- Cai, mas cai logo, que eu não aguento mais essa história!
E para a surpresa, quem despencou do forro do teto foi o caseiro, que não queria dono novo na fazenda onde ele gostava de vadiar.
- Caiiiuuuu!? – por coincidência, a assombração desafinou nessa hora.
O homem teve um treco. Deu dois tiros para o alto, chorando nervoso:
- Cai, mas cai logo, que eu não aguento mais essa história!
E para a surpresa, quem despencou do forro do teto foi o caseiro, que não queria dono novo na fazenda onde ele gostava de vadiar.
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