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A maioria das atividades é de fácil resolução, indico sempre que o professor o faça primeiro para ver o aplicabilidade em determinada turma. Como os pedidos de gabaritos são muitos, não tenho como responder a todos.

quinta-feira, 19 de março de 2015

O teste da rosa - crônica para interpretação 9º ano

Com essa crônica podemos trabalhar: as vozes na narrativa, discurso direto/indireto e a interpretação de elementos implícitos e explícitos.

O teste da rosa

Digamos que você tem uma rosa. Uma só. Antes que eu continue, ela me interrompe: de que cor? Pensei na rosa, mas não pensei na cor. Cor-de-rosa, digo. Ela faz uma carinha de quem não aprova. Rosa cor-de-rosa, que falta de imaginação! Branca, me corrijo. Branca, não, ela corta. Vermelha. Tá bem. Uma rosa vermelha. Vermelhinha? Sim, vermelhíssima. Da cor do sangue vivo.
Digamos que você tem uma rosa, recomeço. É a única que existe no mundo. A última? Não interessa. No caso é a única. E é sua. Digamos que você quer dar essa rosa a alguém. E se eu não quiser dar? Aí a história acaba. Continuo? Continua. Você tem que dar essa rosa a alguém. Uma pessoa só? Sim, uma só. Fui dar corda, a menina não para de falar. Verdadeira matraca. Já quer saber por que tem de dar a rosa. Se é dela e é única, não vai dar a ninguém. Vai vender.
 Mas a história é assim: é a única, a última rosa do mundo. E você tem que passar pra frente. Se não der, ela explode e queima a sua mão. Carinha de nojo, ela resmunga: rosa que explode e pega fogo, essa não. Finjo que não ouço e vou adiante. Você vai entregar essa rosa a quem mais a merece. A faladeira quer saber se a rosa é bonita. Lindíssima, já disse. Fresquinha. A última e mais bela rosa do mundo. Não, não pode guardar. Nem pode vender.
           Novas tentativas de sair do script, mas eu fecho todas as portas. Não pode mudar. Não interessa quem inventou. É o teste da rosa. Existe desde o princípio do mundo, digo convicto. E cale a boca, por favor. Mais um minuto e a rosa estoura na sua mão. Não é bomba, mas estoura. História inventada é assim. Rosa estoura e pronto. Você tem que dar a rosa pra alguém que a merece. A pessoa que você mais ama. Dona do seu coração. Vale, vale tudo. Gente grande, ou criança. Quem você quiser.
Não, não podem ser duas pessoas. Mesmo casadas, morando na mesma casa, não pode. Também não vale. Pétala por pétala, não. É a rosa inteira, perfumada. Uma beleza. Já disse que é a mais bonita do mundo. Nunca mais vai existir outra igual. E depressa, senão explode. Na sua mão, não no vaso. Fresquinha, com gotas de orvalho que brilham como pequenos sóis. Vamos logo, quem? A quem você dá essa rosa? Ela sorri, zombeteira e me faz a pergunta fatal: você está crente que eu dou pra você, não está?

 (Otto Lara Resende. Bom dia para nascer. São Paulo: Cia. das Letras, 1993.)

Após ler o texto, responda:

1.Nesse texto, o narrador participa ou não da história? Retire um trecho que justifique sua resposta.

2. Esse texto é;
a) um conto.                       b) uma fábula                        c) uma crônica

3. Quem são as personagens que interagem nesse texto?
a)  duas crianças  que conversam .        b) um adulto e uma criança. 
          c) a rosa, a criança e o adulto.                d) um adulto e uma rosa.

4.Observe que no primeiro parágrafo é possível perceber a fala da menina, mesmo que não venha marcada por travessões ou aspas, mas ao continuar a narrativa, essas falas vão sendo substituídas pelo discurso indireto, isto é, o narrador explica com suas palavras a fala da menina. Na sua opinião:
a)Por que o narrador utiliza esse recurso?

b)Qual o efeito alcançado pelo autor ao fazer que somente o narrador tenha voz?

5. Transforme o primeiro e o quinto parágrafos em discurso direto, usando travessões e se preciso complementando o que o narrador diz com as perguntas que a menina poderia ter feito.

6. De quem é a voz que encerra a narrativa?

7. Na frase final da crônica a menina é descrita como zombeteira. Essa é a visão:
a) do autor                            b) da própria menina
c) do narrador                       d) do leitor

8. Além de zombeteira, de acordo com a leitura, outros adjetivos que podemos inferir à menina são:
         a)     meiga; delicada                b) tagarela; insistente   
        c) doce, calma                       d) tímida; egoísta


OBS.: Quem quiser o gabarito para conferir  basta deixar o email no comentário (que não será publicado), ou mandar para fate.profa@gmail.com, mas precisa se identificar como professor(a). Ah, cuidado para não digitar o seu email errado.

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