Essa atividade pode ser explorada sob diversos aspectos, para trabalhar
a estrutura da narrativa (atividade 1), interpretação de informações explícitas
e implícitas/suspeitas inteligentes (atividades 2 a 6) e até produção de texto.
Encontrei no YouTube um vídeo interessante com uma adaptação que também pode
ser explorado junto com o texto. Qualquer dúvida, deixem o email (atenção, às
vezes não consigo retornar pois há algum erro em endereços de emails)
A CARTA
Esta
outra história é de dois namorados, ele chamado Haroldo e ela, por
coincidência, Marta. Os dois brigaram feio, e Marta escreveu uma carta para
Haroldo, rompendo definitivamente o namoro e ainda dizendo uma verdade que ele
precisava ouvir. Ou, no caso, ler. Mas Marta se arrependeu do que tinha escrito
e no dia seguinte fez plantão na calçada em frente do edifício de Haroldo,
esperando o carteiro. Precisava interceptar a carta de qualquer jeito. Quando o
carteiro apareceu, Marta fingiu que estava chegando ao edifício e perguntou:
− Alguma coisa para o 702? Eu levo.
Mas não tinha nada para o 702. No dia seguinte tinha, mas não a carta de Marta. No terceiro dia, o carteiro desconfiou, hesitou em entregar a correspondência a Marta, que foi obrigada a fazer uma encenação dramática. Não era do 702. Era a autora de uma carta para o 702. E queria a carta de volta. Precisava daquela carta. Era importantíssimo ter aquela carta. Não podia dizer por quê. Afinal, a carta era dela mesma, devia ter o direito de recuperá-la quando quisesse! O carteiro disse que o que ela estava querendo fazer era crime federal, mas mesmo assim olhou os envelopes do 702 para ver se entre eles estava a carta. Não estava. No dia seguinte – quando Marta ficou sabendo que o carteiro se chamava Jessé e, apesar de tão jovem, já era viúvo, além de colorado – também não. No outro dia também não, e o carteiro convidou Marta para, quem sabe, um chope. Na manhã depois do chope, a carta ainda não tinha chegado a Marta e Jessé combinaram ir ver Titanic juntos. No dia seguinte – nem sinal da carta – Jessé perguntou se Marta não queria conhecer sua casa. Era uma casa pobre, morava com a mãe, mas, se ela não se importasse... Marta disse que ia pensar.
No dia seguinte, chegou à carta. Jessé deu a carta a
Marta. Ela ficou olhando o envelope por um longo minuto. Depois a devolveu ao
carteiro e disse:
−
Entrega.
E, diante do espanto de Jessé, explicou que só queria ver se tinha posto o
endereço certo.
Luis Fernando Verissimo
Vocabulário:
Colorado: torcedor do Internacional, time de
futebol de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Atividades:
1.Complete com os elementos da
narrativa:
Personagens
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Cenário
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Tempo
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Foco narrativo
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Situação
Inicial
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Conflito
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Desenvolvimento
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Clímax
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Desfecho
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2. O
carteiro desconfia do comportamento de Marta.
a)Qual é
a reação dela diante desse fato?
b) Como o carteiro se comporta diante da reação da moça?
3. Como,
provavelmente, Marta obteve as informações sobre Jessé?
4.O que fica subentendido sobre o sentimento entre as personagens nesse
momento?
5.Qual alternativa poderia
substituir as reticências do seguinte frase: "se ela não se
importasse...".
( ) eu vou gostar muito de recebê-la.
( )em visitar uma casa simples e humilde, ele
ficaria feliz.
( ) ele não a convidaria mais.
( )
sua mãe queria conhecê-la.
6.No
final, o leitor é surpreendido pela decisão de Marta de mandar Jessé entregar a
carta.
a) Por que, na sua opinião, ela
toma essa decisão?
b) Por que Jessé se espanta com a atitude dela?
Produção de Texto
O que você imagina ter acontecido com Jessé e Marta
após o desfecho de A Carta? Crie uma nova história, ou um outro capítulo. Lembre
de manter o mesmo foco narrativo e de colocar um título bem interessante.
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