Nos 7º anos estamos trabalhando contos de terror, causos, lendas urbanas. A garotada gostou desse conto de Ítalo Calvino. É bem legal para fazer uma interpretação. Dependendo do objetivo, pode-se trabalhar a estrutura da narrativa de forma mais elaborada que a questão 1.
Uma noite no paraíso
Era uma vez dois grandes amigos que, de
tanto que se queriam, haviam feito um juramento: quem casasse
primeiro deveria chamar o outro para padrinho, mesmo que se encontrasse no fim do mundo.
Depois de algum tempo, um dos amigos
morre. O outro, devendo casar, não sabia como fazer e pediu
conselhos ao confessor.
— Negócio complicado — disse o pároco
—,você deve manter a sua palavra. Convide-o mesmo estando morto.Vá até o túmulo e diga o
que tem a dizer. Ele decidirá se vem ou não.
O jovem foi até o túmulo e disse:
— Amigo, chegou o momento, vem para ser
meu padrinho!
Abriu-se a terra e pulou fora o amigo.
— Claro que vou, tenho que manter a
promessa, pois se não a mantiver não sei quanto tempo terei que
ficar no purgatório.
Vão para casa e depois à igreja para o
matrimônio. A seguir veio o banquete de núpcias e o jovem morto
começou a contar histórias de todo tipo, mas não dizia uma palavra sobre o que vira no outro mundo. O noivo não via a hora de lhe fazer umas
perguntas, mas não tomava coragem. No final do banquete, o
morto se levanta e diz: