Do bullying ao cyberbullying – atitudes que machucam
Por Fátima
Pereira especial para o Jornal SuperaBR - Educação
Antigamente certas atitudes eram vistas apenas como
brincadeiras de mau gosto, mas há cerca de 15 anos essas “brincadeiras”
começaram a ser vistas como agressão e violência, inclusive levando
adolescentes ao suicídio. Essas atitudes ganharam um nome: bullying – termo em
inglês que pode ser traduzido como "intimidar" ou "amedrontar”
(em inglês 'bully' significa valentão, brigão). Pode-se definir bullying como uma prática de desrespeito que tem como objetivo a
inferiorização do outro.
Esse é um
problema mundial encontrado em qualquer ambiente social, principalmente
nas
escolas e redes de ensino. Atitudes como
empurrões, agressões físicas, tomar o que é do outro (lanche, material etc.),
insultos pessoais, xingamentos, comentários sistemáticos, apelidos ofensivos,
ameaças por quaisquer meios e até pichações depreciativas podem caracterizar a prática
de bullying. Essas ações são intencionais e repetitivas, com a intenção de
constranger e inferiorizar a vítima.
Infelizmente nem sempre a escola e a família percebem que a
criança ou jovem está sofrendo bullying, que muitas vezes tem medo de contar,
por vergonha ou intimidação. Os agressores usam o medo da vítima para
continuarem com seus abusos.
Um dos motivos para o bullying ser tão comum entre crianças e
adolescentes é porque há público para assistir, os outros veem e nada fazem, ou
pior, acham engraçado. Se essas atitudes fossem reprovadas pela turma, o
agressor logo seria forçado a parar.
Dados do Centro Multidisciplinar de Estudos e
Orientação sobre o Bullying Escolar mostram que no Brasil esse tipo de
violência atinge 45% de alunos do ensino fundamental.
Pais e professores precisam estar atentos. A criança ou adolescente pode,
repentinamente, não querer mais frequentar as aulas; pedir para mudar de turma;
apresentar queda do rendimento escolar; passar a ter dificuldade de atenção;
apresentar sintomas físicos, como dor de cabeça ou de estômago e suor frio,
indicando o violento e elevado nível de angústia a que está sendo submetido. A
vítima de bullying precisa de ajuda e proteção.
O papel
da escola é conscientizar, monitorar, desenvolver projetos e atividades que
trabalham com valores como tolerância, solidariedade, convivência e respeito as
diferenças.
Cyberbullying
A tecnologia permite que a agressão se repita indefinidamente e alcance um grande número de pessoas. Mensagens, fotos, comentários
maldosos chegam para
muitas pessoas ao mesmo tempo e até mesmo quem não conhece a vítima,
compartilha e assim o fato toma grandes proporções.
Injúrias, difamação, ofensas, ameaças, racismo, constrangimento
e até mesmo incitamento ao suicídio são algumas das práticas de cyberbullying. A sensação de que não serão descobertos e de impunidade acaba
levando os adolescentes a criarem páginas e conteúdos agressivos e a dispararem
contra os colegas, sem medo. O anonimato e a sensação de impunidade levam muitos
jovens a criarem perfis falsos e com conteúdos agressivos para atingir colegas.
Uma orientação para quem sofre com
cyberbullying é fotografar a tela e procurar a polícia ou a delegacia da
mulher. Caso o autor for identificado, vai responder pelo ato mesmo se for
menor de idade. Quem curte ou compartilha também pode ser responsabilizado.
Para saber mais
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8172
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