A
tal da resiliência
Fátima Pereira
Três fatos me inspiraram a escrever este artigo: a
entrevista de um artista plástico brasileiro mundialmente conhecido - em resposta a Roberto D’Ávila sobre sua
infância pobre respondeu que sempre gostou
de estudar, acreditava na importância da escola e do saber para
superar as dificuldades; um amigo que me contou sobre sua infância pobre no Rio
de Janeiro, hoje já conheceu uma parte
do mundo, inclusive o Egito - um sonho que parecia impossível ao menino pobre; uma amiga - aos 30 anos descobriu um câncer, não se abateu, continuou sua vida, lutou com
todas as forças contra a doença, hoje está muito bem e feliz agora com o nascimento do primeiro
filho.
O que essas três pessoas tem em comum?
Souberam amortecer os impactos
negativos em algum momento da vida e superaram
as adversidades encontradas em seu caminho de forma totalmente positiva.
O que para uns é o fim do mundo, para outros é apenas um problema a ser superado. Viver na pobreza, perder o emprego,
a morte de um ente querido, fim de relacionamento, mudança no padrão
sócio-econômico, desastres ambientais ou pessoais, uma grave doença, são fatos
que podem acontecer na vida de qualquer
pessoa. Como cada um lida com a situação depende de sua capacidade em usar seus
recursos internos e externos, sua visão
de mundo e sua compreensão da vida.
Mas o que tem a ver a tal resiliência com isso?
Resiliência é um termo emprestado da física que significa capacidade de um material voltar ao seu estado normal depois de ter sofrido uma deformação (Dicionário Houaiss)¹. Atualmente muito usado em psicologia e
educação, resiliência, em termos gerais é “a capacidade do indivíduo sobrepor-se e construir-se positivamente frente às adversidades” ou seja, é a capacidade do ser humano voltar ao normal depois de uma situação muito problemática, com grande pressão e stress.
Muitos estudiosos têm se dedicado ao assunto, no Brasil cada vez
mais pesquisadores² se dedicam ao estudo da resiliência, sobretudo no comportamento de jovens, na saúde mental,
no estudo comportamental, área da educação, em gerenciamento de pessoal nas grandes corporações etc.
Não vou me ater a termos técnicos ou estudos aprofundados porque não é esse o meu enfoque. Quero apenas
expor algumas questões sobre a
resiliência, segundo meu modo de ver ou o pouco que conheço do assunto, como
pesquisadora da educação, o tema me chama
atenção, principalmente no trabalho com jovens e adultos.
Toda pessoa tem recursos de caráter interno (estabilidade
emocional, positivismo, auto-estima, autoconfiança, racionalidade,
flexibilidade etc.) e externo (trabalho, esporte ou uma atividade prazerosa,
estudo, amizades, família etc.) que
podem ajudá-la a administrar melhor a vida. A capacidade que cada um tem de
usar isso a seu favor nas adversidades da vida é que faz a diferença entre o
crescimento pessoal e a estagnação total.
Mesmo em circunstancias
desfavoráveis uma pessoa resiliente
consegue superar suas dificuldades, experiências dolorosas servem como lição de
vida, nunca como desculpa para esmorecer ou desistir.
Há duas frases da sabedoria popular
que gosto muito de usar:
Tudo
na vida passa!
Você
é sempre mais forte do que imagina. Paz, saúde, harmonia e muito trabalho a todos!
Notas
¹ há
outras definições, se desejar pode buscar em outros dicionários, mas o sentido
será parecido.
² A psicoterapeuta e
empresária paulistana Claudia Riecken,
lançou o livro “Sobreviver: Instinto de Vencedor – Os 12 Portais da
Resiliência e a Personalidade dos Sobreviventes” (Editora Saraiva)
Há vários estudos disponibilizados na Internet e dicas de bibliografia
sobre o assunto, caso o leitor deseje se aprofundar no tema.
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